Somos apaixonados pela água, pela vida que ela traz por onde passa, pelas pessoas e suas histórias.
Seguimos como guia os princípios da permacultura, a empatia, curiosidade e o fazer partindo da observação, como orientação para a interação.
RAFAEL BARONE
As águas me movem desde muito cedo. Foi esse movimento que me aproximou da aquacultura em meados de 2004, quando ainda era um estudante de biologia e fiquei fascinado com o universo que existe nas águas.
Desse primeiro contato em diante me aprofundei em entender as relações biológicas, as técnicas, os diversos tipos de culturas (peixes, algas, mariscos, ostras e crustáceos), as relações econômicas e mercadológicas, mas sempre com um olhar muito atento aos impactos ambientais e as possibilidades de mitigá-los.
Conhecia a Rafa em 2009 durante o mestrado em aquacultura e desde então tivemos caminhos paralelos próximos e com muitos sonhos em comum. Desse período em diante estive envolvido em trabalhos e vivências nos mais diferentes projetos com aquacultura e pescado por quase todo o território brasileiro e algumas experiências com empresas e organizações internacionais.
A partir do final do doutorado em ciência animal em 2017, tive a oportunidade de participar de alguns projetos que me aproximaram dos povos tradicionais, ribeirinhos, caiçaras, quilombolas e indígenas e também com dos princípios da permacultura.
Considero essa experiência como um “divisor de águas” que me ampliaram a visão sobre tudo que eu já tinha vivenciado em relação as águas até então e, é esse “caldo” dinâmico, complexo e diverso de experiências, estudos e vivências que trago para compartilhar nos Contos da Água.
RAFAELLA G. CORRÊA
A conexão e encantamento com o meio ambiente fazem parte da minha essência, eu sempre procurei manter minha vida muito próxima dos elementos naturais e foi a partir do caminho das águas que eu passei a compreender a conexão das coisas.
Me envolvi inicialmente com o canto das águas marinhas, nos processos biológicos do tratamento das águas que me levaram da engenharia ambiental para a engenharia de Aquacultura, e essa jornada passou a ser na companhia das algas.
Fomos navegando por diferentes mares, conhecendo sua biologia, a interação com as diferentes culturas do mar, suas propriedades biológicas. Foi em uma das paradas desta expedição, para realizar trocas de bagagens que eu conheci o Rafa, ora partilhando as descobertas, ora seguindo viagem juntos.
A rota seguiu para as águas continentais, fui aprender sobre as algas dos rios e açudes, ouvir suas histórias, sua interação na piscicultura, me envolvi em projetos relacionados a seus potenciais biotecnológicos, na produção de pigmentos naturais, biocombustíveis, antioxidantes, produções artesanais.
Toda a trajetória que estou percorrendo me permitiu conhecer realidades, me sensibilizar com situações, sonhar com mudanças, experienciar os saberes de comunidades tradicionais e assim recalculando a rota e na busca de um servir interconectado da aquacultura, venho me integrando a assuntos relacionados à novas economias, empreendedorismo social, biomimética, permacultura, sistemas regenerativos para cocriar o Contos da Água.